Seu filho está fascinado com a palavra
"não"? Ele provavelmente acabou de descobrir que tem vontades e
desejos e quer exercitar isso, explica Susanne Denham, professora da
Universidade George Mason (EUA) e autora do livro "Emotional Development
in Young Children" (Desenvolvimento emocional das crianças pequenas).
Essa "fase do não" muitas vezes chega sem aviso, deixando os pais
perplexos, e pode desaparecer tão de repente como apareceu. Nesse meio tempo,
há algumas maneiras para você lidar com isso.
Ofereça opções
Chega a noite e você diz: "Vamos
pôr o pijama?". A resposta inevitável é: "Não!". Dar opções é a
melhor maneira de evitar esse tipo de aborrecimento. Deixar seu filho escolher
entre duas possibilidades é o suficiente nesta fase, quando ele ainda é
pequeno. "Você quer pôr o pijama branco ou o vermelho?" "Quer
suco ou leite?" "Hora de escolher! Quer guardar seus bloquinhos de
madeira ou seus bichos de pelúcia?".
Essa técnica pode ser usada para tudo, desde o que vestir até na hora de
resolver brigas: "Você quer brincar de um jeito legal com o João ou quer
brincar sozinho?". "A aplicação dessa estratégia poderá evitar
grandes aborrecimentos".
Contar até dez também ajuda crianças indecisas de vez em quando: "Vou
contar até dez e você escolhe, ou então eu escolho para você". Seu filho
provavelmente vai tomar uma decisão antes mesmo de você sair do
"um..." – mas use esta tática com economia, como último recurso, pois
ela perde a força se você exagerar.
Lembre também que você sabe mais que seu filho e que praticamente tudo pode ser
transformado em opção. Por exemplo, você pode perguntar: "Quer ir embora
do parquinho agora ou prefere brincar mais dois minutos e depois ir
embora?" De qualquer maneira, ele vai ter de ir embora.
Ensine outras respostas
Muitas vezes os pequenos insistem no
"não" porque não conhecem outras palavras. Nesse caso, ajude seu
filho a ter mais vocabulário. Você pode fazer isso por meio de brincadeiras:
"Qual é o contrário de não?". "O que vem entre o não e o
sim?" (talvez, pode ser, ou mais ou menos...) "Qual é um jeito mais
simpático de dizer não?" ("não, obrigado").
Você pode fazer com que o "não" seja menos automático preparando o
"terreno" com uma pergunta boba: "O que um cachorrinho diria se
você perguntasse: 'Cachorrinho, você quer um osso grandão?'". Quando seu
filho responder "Sim!", você pode entrar com a pergunta a que queria
chegar: "E o que você diria se eu te perguntasse: 'Quer um
hambúrguer?'" Com um pouco de sorte, seu filho estará achando tudo
engraçado e vai se esquecer de dizer o fatídico "não".
Use o "não" com moderação
Uma criança pode estar com fixação pelo
"não" em parte porque ouve isso a todo o momento dos adultos,
situação relativamente frequente. Se esse for o seu caso, tente economizar nos
"nãos" que fala para o seu filho. Use palavras alternativas sempre
que possível. Uma tática é usar frases mais específicas para a situação, como:
"Nunca se bate no gatinho", ou "Abaixe a voz, por favor",
"Tire a mão daí", "Venha brincar perto de mim".
Seja firme quando necessário
Haverá
momentos em que, por mais que você se esforce, será inevitável brigar com seu
filho. Se ele parar no meio da rua e se recusar a andar, por exemplo, você vai
ter de tirá-lo dali, e rápido, não só por questão de segurança, mas porque,
mesmo tendo vontade própria, a criança não pode exercê-la sempre e em todo
lugar, pois isso pode causar muita confusão.
Assim, não há problema em dizer ao seu filho, de vez em quando, que aquele não
é o momento em que ele pode fazer escolhas. "Não é hora de ficar
escolhendo. Sei que você não gosta disso e sinto muito, mas tem de ser
assim". E você ainda pode explicar: "Porque eu sou a mamãe (ou o
papai) e meu trabalho é cuidar de você. E ponto final".
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