– ‘O que está lendo, senhor professor? – perguntei-lhe, enquanto assentava ao pé da cama.
– ‘A Epístola aos Hebr-us’, respondeu. ‘Mais uma vez a Epístola aos Hebr-us. Chamo-lhe um livro “divino”. Não é maravilhoso?
Em seguida indicou-me o que acabara de ler, e explicou-me. Aproveitei para fazer referência a respeito da criação e dos primeiros capítulos de Gênesis. Notei que ficou mal impressionado e várias vezes passou a mão sobre a cabeça, dizendo por fim:
– ‘Eu era ainda muito novo naquele tempo e tinha algumas idéias mal formadas, que participei a outros. Para minha grande surpresa, essas idéias pegaram e os homens fizeram delas uma espécie de religião‘.
“Darwin parou um pouco para pensar e depois continuou suavemente, proferindo palavras acerca da glória de Deus e das grandezas do livro que segurava entre as mãos. De repente, disse-me:
– ‘Tenho uma pequena casa no parque onde se podem alojar umas trinta pessoas. Gostaria que fizesse um culto ali. Sei que tem o costume de ler a Bíblia para o povo nas aldeias que visita ao redor. Amanhã à tardinha vou convocar os criados para um culto naquela casa, juntamente com alguns vizinhos, para que lhes fale!’
– “De que lhes falarei? – perguntei”.
– ‘De Jesus Cristo’ – respondeu Darwin com voz firme – ‘e da sua salvação’ – continuou, baixando a voz. – ‘Não é o melhor assunto que se pode escolher?’ E ao mesmo tempo tem que cantar alguns hinos com eles’.
“Jamais poderei esquecer o brilho do seu rosto enquanto proferia estas palavras. E continuou:
– ‘Se quiser, poderemos ter o culto às 15 horas, e eu vou Ter a janela aberta para poder cantar convosco’.
“Como eu desejava Ter um retrato do velho sábio e da linda paisagem nesse dia memorável!”
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