sábado, 26 de setembro de 2015

Minha Missão no Mundo - Lição 13 Pré-Adolescentes 3º trimestre 2015

Evangelismo é evangelizar, isto é, espalhar as boas-novas da salvação em Cristo.
O evangelismo pessoal foi o meio básico empre­gado por Jesus e seus apóstolos no princípio, e tem sido um dos mais eficientes meios usados pelos crentes há quase 2000 anos para salvação dos peca­dores. Todo o tipo de evangelização é válido, mas nenhum dispensa o apoio, a cooperação do evange­lismo pessoal. Vemos, assim, a necessidade de co­nhecer esta matéria para nos aperfeiçoarmos na arte de ganhar almas para o Senhor, pois, a verda­de é que todos nós, de uma maneira ou de outra, so­mos o resultado da obra de evangelismo pessoal

I - PREPARA-TE PARA MAIOR SERVIÇO 
Há uma ideia de que a arte de ganhar almas é de Deus e que, portanto, não é necessário estudar o assunto. Porém, apesar de pertencer ao Senhor, Ele manda: “Esforça-te para te apresentar diante de Deus aprovado como obreiro que não tem de que se envergonhar, e que maneja bem a palavra da verdade”. (2 Timóteo 2.15). 
O barbeiro sabe cortar o cabelo. O músico sabe tocar seu instrumento. Todo artista sabe exercer a sua profissão. Mas quantos crentes sabem executar seu oficio, que é o mais glorioso de todos, o de ganhar almas para Cristo? 
A moça que anda na moda tem um espelho para se apresentar diante do próximo.
Muitas vezes o crente procura ganhar almas para se apresentar diante dos homens. Mas o alvo, nestes estudos, será de nos apresentarmos diante de Deus. 
É com o pincel que o pintor tem destreza. É com o fuzil que o soldado é perito. Mas é a Palavra de Deus que o crente deve manejar bem. Com este alvo é necessário estudar, gravar no coração e orar, para adquirir habilidade em usar as passagens indicadas nestes capítulos. 
Quantas vezes ficamos impressionados com o fato de certos homens terem de se envergonhar, quando chegarem perante o Salvador? Ninguém se envergonhará mais do que nós, se não nos 
esforçarmos por nos apresentar diante de Deus, como obreiros que sabem manejar bem a Palavra. 
Preparamos este livrinho para auxílio daqueles que desejarem serem mais hábeis no manejo da Palavra. O pastor que ensina a seus membros estas lições, com oração, só pode ver grandes frutos. É, também, de suma importância, que cada um guarde um manual deste assunto, constantemente ao seu lado. 
Apresentamos este livro, mais como um trabalho de compilação das obras de Dr. Torrey, senhora Turnbull, e material colecionado durante alguns anos, do que um trabalho propriamente nosso. Uma grande parte é tradução do livro “Personal Worker’s Course, da Gospel Publishing House”, Springfield, Missouri, U.S.A. 
Houve uma grande demonstração nas ruas da cidade de Nova Iorque, na qual marchavam doze mil pessoas. Iam na posição três carros preparados para levar um grande número de homens, mulheres e crianças. Num dos carros ia um juiz do Supremo Tribunal e, num outro, um menino da rua, vestido de trapos. No lado dos carros foram escritas as seguintes palavras: “Todas estas pessoas foram salvas da morte pelos bombeiros de Nova Iorque”. Após os carros, marchavam estes homens, valentes soldados condecorados, enquanto centenas de milhares os aplaudiram. 
Meditemos no gozo eterno que fará palpitar o coração daqueles que, seguindo seu Senhor, esquecidos dos sacrifícios, gastaram suas vidas arrebatando homens de fogo eterno. Estes, salvos, não somente serão o motivo do maior gozo perante o Senhor, mas serão também, a nossa coroa (Fil. 4.1) 

II - DESEJO ARDENTE DE GANHAR ALMAS  
 Já ganhaste uma alma para Cristo? Já experimentaste? Conheces alguém atualmente na glória, com Cristo, levado por ti a Ele? Ou conheces alguém que está no caminho para o céu, porque o informaste do Salvador? 
 Se fossem desvendados os teus olhos, neste momento, para contemplar a eternidade, e se te fosse revelado que tens de passar para lá, neste ano não desejarias depositar aos pés do Salvador algum presente como prova de teu amor? Pode haver um presente tão precioso ou aceitável ao Mestre, como uma alma ganha para Ele, durante um ano? 
 As palavras dos maiores, na história da Igreja de Cristo, revelam como o coração os abrasava com este desejo; vamos citar algumas expressões: 
 Knox, assim rogava a Deus: “Dá-me a Escócia ou eu morro!” 
 Whitefield, implorava: “Se não queres dar-me almas, retira a minha!” 
 Diz-se de Aleine: “Era insaciavelmente desejoso de conversão de almas, e para este fim derramava seu coração em oração e pregação” 
 João Bunyan, disse: “Na pregação não podia contentar-me sem ver o fruto do meu trabalho”. 
 Assim dizia Mateus Henry: “Sinto maior gozo em ganhar uma alma para Cristo, do que em ganhar montanhas de ouro e prata, para mim mesmo”. 
 D. L. Moody: “Usa-me, então, meu Salvador, para qualquer alvo e em qualquer maneira que precisares. Aqui está meu pobre coração, uma vasilha vazia, enche-me com a Tua graça”. 
 Henrique Martyn, ajoelhado na praia da Índia, onde fora como missionário, dizia: “Aqui quero ser inteiramente gasto por Deus”. 
 João Hunt, missionário entre os antropófagos, nas ilhas de Fidji, no leito de morte, orava: “Senhor, salva Fidji, salva Fidji, salva este povo. Ó Senhor, tem misericórdia de Fidji, salva Fidji!” 
 João McKenzie, ajoelhado à beira do Lossie, clamava: “Ó Senhor, manda-me para o lugar mais escuro da terra!” 
 Praying Hyde, missionário na Índia, suplicava: “Ó Deus, dáme almas ou morrerei!” 
 Quando aqueles que assistiam a morte de Davi Stoner, pensavam que seu espírito já tivesse voado, ele se levantou na cama, e clamou: “Ó Senhor, salva pecadores! Salva-os as centenas e salvaos aos milhares!”, e findou a sua obra na terra. O desejo ardente da sua vida, dominava-o até a morte. 
 Davi Brainerd falava: “Eis-me aqui, Senhor. Envia-me a mim! Envia-me até os confins da terra: envia-me aos bárbaros habitantes das selvas; envia-me para longe de tudo que tem o nome de conforto, na terra; envia-me mesmo para a morte, se for no Teu serviço e para o progresso do Teu reino”. 
 Ele escreveu: “Lutei pela colheita de almas, multidões de pobres almas. Lutei para ganhar cada alma, e isto em muitos lugares. Sentia tanta agonia, desde o nascer do sol até anoitecer, que ficava molhado de suor por todo o corpo. Mas, oh! Meu querido Senhor suou sangue pelas pobres almas. Com grande ânsia eu desejava ter mais compaixão”. 
 Brainerd podia dizer de si: “Não me importava o lugar ou a maneira que tivesse de morar, nem por qual sofrimento tivesse de passar, contanto que pudesse ganhar almas para Cristo. Quando dormia, sonhava com essas coisas, e ao acordar, a primeira coisa em que me ocupava essa era grande obra; não tinha outro desejo a não ser a conversão dos perdidos”. 
Encontrava-se João Welsh, nas noites mais frias prostrado no chão, chorando e lutando com o Senhor, por seu povo. Quando sua esposa implorava que explicasse a razão de sua ânsia, respondia: “Tenho que dar conta de três mil almas e não sei como estão”. 
O profeta Jeremias: “Se eu disser: Não farei menção dele, nem falarei mais em Seu nome, há no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos, e estou cansado de sofrer, e não posso conter-me”. (Jer 20.9) 
O apóstolo Paulo: “Tornei-me tudo para todos, para de todo e qualquer modo salvar alguns”. (1 Cor 9.22) 
O sentimento do Filho de Deus: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores”. (2 Tim 1.15) 
O desejo do Pai celestial: “Pois assim amou Deus ao mundo, que deu Seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3.16) 
D. L. Moody conta o seguinte, explicando como Deus o dirigiu a deixar tudo para passar o resto da vida no serviço de ganhar almas: “Não perdi a visão de Jesus Cristo, desde o primeiro dia que O encontrei, na loja em Boston, onde era caixeiro. Porém durante alguns anos achava que não podia trabalhar para Deus. Ninguém me pediu para que fizesse alguma coisa em favor do Evangelho. 
Quando fui a Chicago, aluguei cinco assentos na Igreja, e saía e me esforçava para encher os bancos, com moços que encontrava nas ruas. Não falava a estes acerca das suas almas; julgava eu que falar aos pecadores era trabalho dos anciãos. Depois de algum tempo de assim trabalhar, abri uma Escola Dominical, em outra parte da cidade. Para mim, a única coisa era ter o maior número na Escola, e trabalhava com este alvo. Quando a assistência era de menos de mil pessoas, eu ficava perturbado; e quando subia a mil e duzentas ou a mil e quinhentas então me alegrava. Até então ninguém fora convertido; não houvera colheita. Então, Deus me iluminou. 
Havia na escola uma classe de moças que eram, sem dúvida, as mais vaidosas que eu jamais encontrara. Num domingo o professor estava doente, e eu ensinei a classe. Zombaram de mim na minha presença e eu fui tentado a expulsá-las, para nunca mais voltarem. Durante a semana, o professor entrou na loja onde eu trabalhava. Vi que ele estava pálido e muito doente. “Que tens?” perguntei-lhe. – “Tive outra hemorragia nos pulmões. O médico diz que não posso ficar em Lake Michigan, e vou para o Estado de Nova Iorque. Por mim, vou para casa para morrer”. Ele parecia muito perturbado e quando perguntei a razão, respondeu: “Ora, nunca dirigi uma moça da minha classe para Cristo. Acho que realmente tenho feito mais mal do que bem, às moças”. 
Nunca tinha ouvido alguém falar nisso, e fiquei meditando. 
Depois de um pouco, eu disse: “Não achas bom ir dizer-lhes o que sentes? Irei, também, numa carruagem, se queres ir”. Ele concordou e saímos juntos. Foi uma das melhores viagens que jamais fiz na terra. Fomos à casa de uma das moças e o professor falou pra ela acerca da alma. Então, não se ria mais. Lágrimas apareceram-lhe nos olhos. O professor depois de explicar o caminho da salvação, sugeriu que orássemos. Pediu que eu orasse. Em verdade, nunca fizera tal coisa, nunca orara a Deus que convertesse a uma moça, e na mesma ocasião, porém, oramos, e Deus respondeu à oração. 
Fomos à casa das outras moças. Quando ele subia a escada, faltava-lhe o fôlego, mas explicava às moças o propósito de nossa visita. E, sem muita demora, ficaram quebrantadas e começaram a buscar salvação. 
Quando ele não podia mais andar, levei-o de novo para sua casa. No dia seguinte saímos outra vez. Passara-se dez dias, e chegou de novo à loja, com o rosto brilhando. “Sr Moody”, disse ele, “a ultima já se entregou a Cristo”. Como foi grande o nosso regozijo! Ele tinha de partir na noite do dia seguinte; chamei sua classe para uma reunião de oração, e lá, Deus acendeu um fogo na minha alma, que nunca mais se apagou. O maior alvo da minha vida era ser comerciante próspero; se tivesse sabido que estava para perder este alvo, é provável que não teria ido. Mas quantas vezes agradeço a Deus, depois daquele culto! 
O professor que estava para morrer, sentou-se no centro da classe e falava-lhes, lendo o capitulo catorze de João. Experimentamos cantar o hino: “Benditos laços são, os do fraterno amor”, e depois ajoelhamo-nos para orar. Quando eu queria levantarme da oração, uma das moças da classe começou a orar por seu professor, já moribundo, outra orou e, depois outra; e antes de nos 
levantarmos, a classe inteira tinha orado. Quando saímos, disse pra mim mesmo: “Ó Deus, deixa-me morrer antes de perder a benção que recebi aqui, esta noite!” 
No dia seguinte, fui à estação despedir-me do professor. Antes de sair o trem, chegaram, uma a uma, todas as moças da classe sem haver qualquer combinação. Que culto! Experimentamos cantar, mas só podíamos chorar. A última coisa que vimos do professor, na plataforma do último carro, com o dedo apontado para cima, implorava que a classe o encontrasse no céu. 
Eu não sabia o preço que tinha de pagar por causa desta experiência. Não tinha mais habilidade para o comércio, tinha perdido o gosto de negociar. Tinha provado algo de um outro mundo, e não queria mais ganhar dinheiro. Durante alguns dias depois, tive a maior luta da minha vida. Devia deixar o comércio e entregar-me inteiramente à Obra de Cristo, ou não? Nunca me arrependi da minha escolha. Oh, a delícia de dirigir alguém das trevas, à luz gloriosa do Evangelho! 
Na primeira guerra mundial, um moço foi levado ao hospital, sofrendo ferimentos em quase todo o corpo. Em grande agonia, suplicava à enfermeira que lhe desse algo para dormir, para jamais acordar. Ela recusou e ele começou a implorar ao médico: “Tenha compaixão de mim. Faça com que eu durma. Por que devo viver? Estou completamente inutilizado. Não posso mais servir à pátria nem ao próximo. Dê-me um alívio”. Quando o médico também recusou, rogou que escrevessem ao rei, pedindo licença para que findassem com seus sofrimentos. Para apaziguá-lo, o médico escreveu ao rei Jorge, contando o caso do soldado valente que fora vencido pela dor. Chegou um telegrama para o soldado: “Teu rei precisa de ti. (a) Jorge”. O soldado, logo corou ânimo e ficou bom. 
A mensagem direta para todo crente, é a mesma: “Teu Rei precisa de ti, ara proclamar a mensagem a todas as criaturas”.  

QUERES FAZER QUATRO COISAS BOAS? 
1. Escreve uma lista, os nomes de pessoas que queres ganhar para Cristo, e todos os dias pede a Deus, em oração, que as salve. 
2. Deixa ao lado de cada nome, lugar para indicar quando tiveres a resposta. 
3. Agradece a Deus e dá-lhe glória por toda a alma salva. 
4. Assenta no coração ter alvo certo. Data e assina o seguinte:  
GANHAR UMA ALMA 
 Procuro, com auxílio do Senhor, ganhar uma alma cada ano (ou mês), e levá-la a fazer o mesmo. 
 Data: _____/ _____ / _____ 
 Nome:____________________________  

III - QUE É A OBRA DE GANHAR ALMAS?  
1. Não é profissão. Deus nunca quer que a obra mais elevada e santa, a de ganhar almas, se torne uma profissão. Mas o amor à fama, o amor ao salário e o amor de governar leva muitos a vestirem-se com trajes eclesiásticos e aceitar títulos de oficio. Na história da Igreja, as grandes colheitas de almas foram sempre fruto daqueles que trabalhavam sem idéia de profissionalismo, anunciando a Palavra por toda parte, à sua própria custa. 
2. Não é dar esmola. Muitos crentes estão deixando mais e mais de anunciar a mensagem que dá vida à alma, para dar comida e roupa aos pobres. Que a Igreja, deve compadecer-se dos pobres e dar, é certo, mas não será o número total de Paes distribuídos que o Juiz quer ver no último dia, mas o número de almas salvas. Pães e roupas não podem estancar a sede da alma: “Todo o que bebe desta água, tornará a ter sede.” 
3. Ganhar almas não é reformá-las. Não se deve pensar nem dar a entender ao perdido, que a salvação é adquirida pelo fato de alguém levantar a mão, deixar de fumar, recusar a bebida forte, e abandonar todos os vícios. Se o homem pudesse salvar-se, só exercer o poder da vontade, Deus não teria dado Seu Filho para sofrer a agonia do Getsêmani e do Calvário. 
4. Ganhar almas não é magnetizá-las. A alma atraída pela personalidade ou eloqüência do pregador permanece fiel só durante o tempo que o pregador fica com ele. “Meu ensino e a minha pregação 
não foram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se baseie na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”. (1 Cor 2. 45). O grande número de almas que Paulo ganhou para Cristo, não foi atraída pela personalidade de apóstolo. “Sua presença corporal é fraca” (2 Cor 10.10). Diz-se Jônatas Edwards, poderoso em ganhar almas, em tempos passados, escrevia seus sermões por extenso; lia-os em voz monótona, página por página, segurando o manuscrito perto dos olhos porque era míope; e, apesar disto, algumas vezes os do auditório agarravam-se aos bancos com medo de cair no inferno dos pecadores, tão vividamente representadas em palavras de fogo, e de tal forma, que multidões foram conquistadas para Deus. Era a Palavra do Senhor que os atraía e não a personalidade do homem. 
5. Ganhar almas é pescar. “Segui-me, e eu vos farei pescadores de homens” (Mat 4.19). “Eu vos farei!” Então, os pescadores de homens são feitos por Cristo. Todos os dons necessários, Ele lhes concede. 
“Serás pescador de homens” (Luc 5.10). A palavra nesta passagem no original traduzida literalmente, quer dizer: “Apanhar homens vivos”, dando a idéia de salvá-los completamente do perigo mais horrível. Encontra-se esta palavra só uma vez nas Escrituras, em 2 Tim 2.26: “E se livrem do loco do Diabo tendo sido feitos cativos, (apanhados vivos) por ele”. Satanás também apanha almas vivas! Que hoste grande de cativos ele está conduzindo para o inferno! Alguns dos nossos queridos estão na procissão, e nós permanecemos inativos? 
6. Ganhar almas é ceifar. “Rogai pois, ao Senhor da seara, que envie trabalhadores para a Sua seara” (Mat 9.38). Não é o dinheiro, nem os crentes, que envia o ceifeiro para suportar o calor, e o labor do dia inteiro, mas, sim, “o Senhor da seara”. “Aqueles que semeiam 
em lágrimas, com júbilo ceifarão. Embora alguém saia chorando, levando a semente para semear, tornará a vir com júbilo, trazendo os seus feixes” (Sl 126. 5-6) 
7. Ganhar almas é procurar o que se havia perdido. Toda a circunvizinhança comove-se ao saber que uma criancinha se perdeu no deserto. O pastor fiel não pode descansar, nem provar comida, a noite inteira, se não achar a ovelha perdida. Leia o capítulo 15 de Lucas e peça a Cristo que lhe dê a Sua compaixão abrasadora para com um mundo pródigo, e lhe ensine a procurar almas perdidas. 
8. Ganhar almas é privilégio supremo do crente. Nem a Gabriel, nem a Miguel, nem a qualquer dos anjos dos céus, é permitido participar desse gozo de ganhar almas.  
Um dos mais conhecidos missionários na Turquia foi convidado a assumir o cargo de cônsul, numa das maiores cidades daquele país, com salário de príncipe, mas não aceitou. “Por que não aceitou? Perguntou-lhe um moço, admirado. “Porque recuso rebaixar-me a ser embaixador ou cônsul”, foi a resposta calma. 
“Os que forem sábios, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que converterem a muitos para a justiça, como as estrelas para todo o sempre” (Dan 12.3). 
9. Ganhar almas é levá-las a ter contato com Cristo.  Diz-se Jônatas Goforth: “O alvo da sua vida foi levar homens a Cristo até à hora da sua morte”. 
Quantas vezes estamos satisfeitos quando o perdido vem somente para orar. O nosso dever é levá-lo a ter contato com o Cristo vivo. 
Não devemos abandoná-lo depois de salvo, mas levá-lo a continuar perante o Senhor. Saulo, salvo no caminho de Damasco, 
estava pronto a começar a trabalhar para Cristo. Mas foi enviado à cidade, esperando, nas trevas, durante três dias, que Cristo fosse formado nele (compare Gal 4.19). 
Não há estória mais gloriosa, entre todos os missionários, do que a de Carlos de Foucald. Nasceu-se e criou-se no seio de uma família nobre, com toda pompa e luxo. Não zombava da religião, mas o seu único interesse era divertir-se. Ocupava um lugar de honra no exército, quando, na casa de parentes, em Paris, encontrou Ruvelin. Quis entrar em polêmica com o pregador, mas este, depois de olhar para ele por alguns momentos, pediu-lhe que se ajoelhasse e orasse, confessando seus pecados. O moço não o quis fazer, dizendo que não viera pra confessar seus pecados. Contudo, o homem de Deus insistiu em que se ajoelhasse. Admirado, de Foucauld obedeceu e foi compungido em sua alma, a confessar a Deus, as faltas de uma vida desperdiçada, da qual antes não fora despertado. Não houve qualquer argumento entre os dois, nem troca de idéias, mas o contrito, Carlos de Foucauld, desde aquele dia não olhou para trás. Nunca houve alguém que abandonasse a velha vida mais sinceramente do que ele. Renunciou a todas as riquezas materiais e confortos da vida, para levar os silvícolas ao Salvador. No lugar onde o Senhor o colocou, foi fiel até a morte, morte de mártir. 
O segredo da vida vitoriosa deste missionário estava em ter contato com o Salvador vivo, contato que nunca perdeu.  

IV - POR QUE DEVEMOS GANHAR ALMAS?  
1. Porque Cristo o quer. “Ide por todo o mudo e pregai o Evangelho a toda a criatura” (Mar 16.15). 
Pode o crente lavado no precioso sangue do Calvário recusar-se a este pedido? Só queremos receber ou estamos também prontos a dar? Abrimos os nossos corações para as maravilhas de João 3.16, e fechamo-lo às responsabilidades em 1 João 3.16? 
Dizemos que estamos ocupados ou enfadados? Estavam ocupados nos céus, de forma que Jesus não pudesse descer e nos redimir? Estava Jesus casado em demasia, sentado a pé da fonte de Jacó, para falar a palavra que levou o povo, de uma vila, a Deus? Estava ocupado demais com a multidão, a ponto de não ouvir o clamor do cego Bartimeu? Estava com muita pressa para não responder ao desejo da mulher que O tocou, entre o povo? Estava com pressa demais para não ouvir aos dez leprosos, na estrada? 
Nós, que já O recebemos, estamos fazendo como os nove que não voltaram para glorificar-lhe? 
Mesmo na cruz, pagando por nossos pecados, não estava ocupado demais para atender a um pobre salteador. 
2. Porque somos devedores. “O que toma emprestado e não paga, é iníquo” (Sl 37.21). Muitos têm uma consciência sensível a pagar toda a dívida, mas esquecem que todos os crentes devem ao próximo. “Eu 
sou devedor a gregos e a bárbaros, a sábios e a ignorantes; assim, quanto é em mim, estou pronto para anunciar o Evangelho” (Rm 1.14-15). Quando recebemos o Evangelho, tornamo-nos devedores e devemos entregar o mesmo Evangelho. (Atos 20.26-27. Compare Ez 3.18; 1 Cor 9.16; Mat 25.26-30) 
3. Porque as almas estão perdidas. Os que andam na estrada larga chegarão à destruição. Alguns andam nela propositadamente, mas outros andam porque não conhecem a “estrada que conduz à vida”. Mas, todos que andam nela estão perdidos. Não devemos nós ficar na entrada do caminho para os céus e convidar os homens a andarem conosco?  
A visão duma missionária, nas trevas densas da Índia 
 Os tambores soavam a noite inteira, e a escuridão me envolvia, como se fosse um ser vivente. Não podia dormir, mas deitada, com os olhos abertos, parecia que via o seguinte: 
 Eu estava de pé sobre a grama, à beira dum abismo. Olhei, mas não podia ver o fundo; havia somente nuvens horríveis e profundezas insondáveis. Afastei-me, atônita. 
 Então percebi vultos de pessoas andando, uns após outros, pelo gramado. Estavam marchando para a beira do abismo. Vi uma mulher com uma criança nos braços e outra a seu lado, segurando-selhe no vestido. Ela estava bem na margem! Vi, então, que era cega. Levantou o pé para dar um passo mais, e caiu, e a criança foi com ela. Oh que grito! 
 Vi também uma multidão de gente procedente de todos os lados. Todos eram cegos; todos andavam em direção à margem do 
precipício. Quase todos gritavam quando se sentiam caindo, e levantavam as mãos, como se quisessem segurar-se em alguma coisa ara não cair, enquanto outros passavam e caíam, calados. 
 Então senti grande agonia: Por que não havia alguém para preveni-los do perigo? Eu não podia fazê-lo. Estava paralisada no lugar e não podia clamar. Apesar de fazer os maiores esforços, só podia cochichar. 
 Depois vi que ao longo da margem, estavam postas algumas sentinelas. Porém o espaço entre elas era grande demais, e nestes lugares caíam multidões de pessoas cegas, sem serem prevenidas. A verde grama parecia-me encarnada, como o sangue; e o abismo parecia a boca aberta do inferno. 
 Então vi, como se fosse um quadro de paz, um grupo de gente debaixo de algumas arvores, com as costas viradas para o abismo: estavam fazendo enfeites de flores. Às vezes, quando um grito agudo rompia o silencio, eles se turbavam e se queixavam do barulho. E, se alguém se levantava para ir acudir-lhes, lhe seguravam, dizendo: “Por que estás perturbado? Não tens acabado a tua grinalda. É feio ires e deixar-nos trabalhando”. 
 Havia um outro grupo: era de pessoas que se esforçavam em mandar mais sentinelas, mas poucas queriam ir; em alguns lugares havia espaços de alguns quilômetros, sem sentinelas na margem do abismo. 
 Vi uma moça parada, sozinha, num lugar, evitando que alguém caísse, mas sua mãe e outros parentes chamaram-na, dizendo que era tempo para as suas férias e que não devia deixar o costume de gozar. A moça, sentindo-se cansada e obrigada a fazer uma mudança, retirou-se por um tempo. Mas ninguém foi enviado para 
guardar o lugar que ela deixara, e as pessoas caíam constantemente, como uma cachoeira de almas. 
 Num certo ponto, uma criança, ao cair, agarrou-se numa moita de capim, que estava na margem do abismo. Ficou pendurada, chamando, pedindo socorro, mas ninguém prestava atenção. Por fim arrancou-se o capim pelas raízes, e a criança caiu, dando um grito, tendo as mãozinhas ainda agarradas ao capim. 
 A moça que desejava estar de novo no seu lugar, pensava ter ouvido o grito da criança. Mas quando falou em voltar, foi reprovada pelos parentes, que diziam não haver necessidade, que o lugar seria guardado por outro. Então cantaram um hino. 
 Enquanto cantavam o hino, ouvia-se outro som, como se fosse a dor de milhões de corações exprimida numa só gota, num só soluço. Sobreveio-me um horror de grandes trevas, porque entendi que era o grito de sangue. 
 Então trovejou a voz, a voz do Senhor, que disse: “Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão está clamando a mim deste a terra”. 
 Os tambores continuavam a tocar pesadamente, e a escuridão ainda tremia ao redor de mim! Ouvia os gritos dos que dançavam a dança dos demônios e o triste clamor dos endemoninhados, fora de nosso portão. 
 Que importa? Há muitos anos que isso acontece. Continuará acontecendo por muitos anos ainda. Por que falar de uma coisa que tem de ser? 
 Ó Deus nos perdoe! Deus nos acorde! Que Deus nos faça sentir a nossa dureza! 










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