terça-feira, 23 de agosto de 2016

Ministrações do Espírito Santo ao Crente



     Em razão de suas operações dinâmicas (Gn 1.2), o Espírito Santo é mais mencionado no Antigo Testamento como “Espírito”. Já no Novo Testamento, Ele é mais citado como “Espírito Santo”, o que destaca seu principal ministério na igreja: santificar o crente. Essa distinção de oficio do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento é claramente percebida em 2 Coríntios 3.7,8. O versículo 8 assevera: “Como não será de maior glória o ministério do Espírito?” O novo nascimento pelo Espírito (Jo 3,3-8). O novo nascimento abrange a regeneração e a conversão, que são dois lados de uma só realidade. Enquanto a regeneração enfatiza o nosso interior, a conversão, o nosso exterior. Quem diz ser nascido de novo deve demonstrar isso no seu dia-a-dia. A expressão “de novo” (v.3), de acordo com o texto original, significa “nascer do Alto, de cima, das alturas”. Isto quer dizer que
se trata de um nascimento espiritual realizado pelo Espírito Santo. O homem natural, portanto, desconhece esse novo nascimento (vv.4-12; Jo 16.7-11;Tt 3.5). 

A habitação do Espirito no crente (Jo 14.16,17; Rm 8.9). No Antigo Testamento, o Espírito agia entre o povo de Deus (Ag 2.5; Is 63.1 Ib), mas com o advento de Cristo e por sua mediação, o Espírito habita no crente (Jo 20.21,22). Este privilégio é também reafirmado em I Coríntios 3.16; 6.19; 2 Coríntios 6.16; e Gaiatas 4.6. O testemunho do Espirito de que somos filhos de Deus (Rm 8.15,16). Esse testemunho é uma plena convicção produzida no crente pelo Espírito Santo de que Deus é o nosso Pai celeste (v. 15) e de que somos filhos de Deus: Ό mesmo Espírito testifica... que somos filhos de Deus” (v. 16). E, pois, um testemunho objetivo e subjetivo, da parte do Espírito Santo, concernente a nossa salvação em Cristo. 

A atuação do Espirito Santo para a salvação. É a vida de fé (Rm I.17), “pelo Espírito” (G1 5.5). Tal fé, segundo Atos 11.24, procede do Espírito, a fim de que o crente permaneça fiel por meio da manifestação do fruto do Espírito (G1 5.22b). Uma coisa decorre da outra. Os heróis de Hebreus 11 venceram “pela fé”, porque o Espírito a supria (2 Co 4.13; Hb 10.38). 

A santificação posicional do crente. A santificação sob este aspecto é perfeita e completa “em Cristo”, mediante a fé. Ela ocorre por ocasião do novo nascimento (I Co 1.2; Hb 10.10; Cl 2.10; I Jo 4.17; Fp I.I), sendo simultânea com a justificação “em Cristo” (I Co 6.11; G1 2.17a). O batismo “do”ou “pelo”Espírito Santo (I Co 12.13; G13.27; Rm 6.3). Este batismo “do” ou “pelo” Espírito é algo tão real, apesar de ser espiritual, que a Bíblia o denomina como “batismo”. Em todo batismo, é evidente, há três pontos inerentes: um batizador; um batizando; e um meio em que o candidato é imerso. O batismo “com” ou “no”Espírito Santo (At 1.4, 5, 8; 2.1-4; 10.44-46; 11.16; 19.2-6). A evidência física desse glorioso batismo são as línguas sobrenaturais faladas pelo crente conforme o Espírito concede. É uma ministração de poder do Alto pelo Espírito, provida pelo Pai, mediante o Senhor Jesus (Jo 14.26; At 2.32,33). Como esse assunto merece um tópico à parte, o analisaremos abaixo. No batismo pelo Espírito Santo, o batizador é o Espírito de Deus (I Co 12.13); o batizando é o novo convertido; e o elemento em que o recém-convertido é imerso, a Igreja, como corpo místico de Cristo (I Co 12.27; Ef 1.22, 23). Portanto, o Espírito Santo realiza esse batismo espiritual no momento da nossa conversão, inserindo o crente na Igreja (Mt 16.18). Logo, todos os salvos são batizados “pelo” Espírito Santo para pertencerem ao corpo de Cristo — a Igreja, mas nem todos são batizados “com” ou “no” Espírito. A santificação progressiva do crente (I Pe 1.15,16; 2 Co 7.1; 3.17,18). Essa verdade é declarada no texto original de Hebreus 10.10,14. No versículo 10, a ênfase recai sobre o estado ou a posição do crente — santo: “Temos sido santificados”. O versículo 14, no entanto, não só reafirma o estado anterior, “santo”, como declara o processo contínuo de santificação em nosso viver aqui e agora proveniente de tal posição: “sendo santificados”. A oração no Espirito (Rm 8.26, 27; Ef 6.18; Jd v.20; Zc 12.10; I Co 14.14, 15). Esta ministração do Espírito no crente, capacita-o a orar, inclusive a inter- ceder por outros. Logo, só podemos orar de modo eficaz se formos assistidos e vivificados pelo Espírito Santo. A “oração no Espírito” de que trata Judas, no versículo 20, refere-se a essa capacidade concedida pelo Espírito. O Espirito Santo como selo e penhor (2 Co 1.22; Ef I.I3, 14; 4.30; 2 Co 5.5). Devemos observar que, nos tempos bíblicos, o selo era usado para designar a posse de uma pessoa sobre algum objeto ou coisa por ela selada. Por conseguinte, indicava propriedade particular, segurança e garantia. Este selo, portanto, não é o batismo com o Espírito Santo, mas a habitação do Espírito no crente, como prova de que o mesmo é propriedade particular de Deus. Juntamente com o selo é mencionado o “penhor da nossa herança” (Ef I.I4). De modo semelhante ao selo, o penhor era o primeiro pagamento efetuado na aquisição de uma propriedade. Mediante esse “depósito”, a pessoa assegurava o objeto como sua propriedade exclusiva. Assim, o Senhor deu-nos o Espírito Santo, como garantia de que somos sua propriedade exclusiva e intransferível. O Senhor Jesus “investiu” em nós imensuráveis riquezas do Espírito como penhor ou garantia de que muito em breve Ele virá para levar para Si sua propriedade peculiar, a Igreja de Deus (Tt 2.14). A unção do Espírito para 0 serviço. Jesus, nosso exemplo, foi ungido com o Espírito Santo para servir (At 10.38; Lc 4.18,19). Assim também a igreja recebeu a unção coletiva do Espírito (2 Co 1.21,22), mas alguns de seus membros são individualmente ungidos para ministérios específicos, segundo os propósitos de Deus. Vejamos a unção do Espírito sobre o crente, conforme I João 2.20,27. 1) “Tendes a unção do Santo”. Esta unção santifica e separa o crente para o serviço de Deus. 2) “E sabeis tudo”. Também proporciona conhecimento das coisas de Deus em geral. 3) “Fica em vós” (v.27). Ê permanente no crente. 4) “Unção que vos ensina todas as coisas” (v.27). E didática, pois possibilita ensino contínuo das coisas de Deus. 5) “E verdadeira” (v.27). Não falha, pois procede da verdade, que é Deus. 6) “E não é mentira” (v.27). É sem dolo; sem falsidade. É possível que houvesse entre certos líderes daqueles dias uma falsa unção, que imitava a verdadeira.

Na conclusão de 2 Coríntios 3, prorrompe jubiloso o sacro escritor, a respeito da glória do ministério do Espírito: “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (v. 18). Todas essas maravilhosas ministrações e dádivas do Espírito Santo, dispensadas aos filhos de Deus (2 Co 3.8), são necessárias para fazermos a obra do Senhor no poder do Espírito, a fim de que muitas almas sejam salvas.

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