Quando Nosso Senhor Jesus Cristo estava com
seus discípulos, em seu ministério terreno, falou-lhes acerca dos últimos
tempos, ou do fim dos tempos, em que uma das características marcantes seria a falsidade,
o engano, a mentira e a mistificação. Em um de seus magníficos sermões, Ele
falou acerca dos que entrariam no seu Reino. E demonstrou que não seria fácil.
Quem quer ser salvo tem que entrar por uma “porta estreita” e palmilhar num
“caminho estreito”, que conduz ã salvação, em contraposição à “porta” larga e o
“espaçoso” caminho “que conduz à perdição” (Mt 7.13,14). Duas portas e dois
caminhos. Dois destinos esperam o homem,
no final de sua jornada na terra. E dependem da escolha de cada um. Seja qual for a escolha, as consequências serão inescapáveis. No mesmo discurso, Jesus advertiu aos que haveriam de escolher a “porta estreita” , a seus seguidores, os salvos, de que eles seriam perturbados por falsos profetas, que surgiriam em seu próprio meio, no seio da igreja (Mt 7.15). Reforçou suas metáforas com o ensino sobre a “árvore boa” que “produz bons frutos” e sobre a “árvore m á”, que “produz frutos maus” (Mt 7.17). C om o um verdadeiro Mestre, Jesus soube manejar bem a palavra da verdade, em relação aos acontecimentos futuros, que haveriam de ocorrer com profundas repercussões sobre a vida dos seus discípulos. Jesus sabia que sua Igreja sofreria os ataques dos falsos mestres, ou falsos profetas, que apareceriam, vindos de fora, ou mesmo, surgindo no seio da com unidade cristã. Por isso advertiu que os falsos cristos e os falsos profetas não seriam apenas ensinadores, teóricos ou filósofos, em suas elucubrações diletantes. Eles seriam capazes de realizar sinais e prodígios, para convencerem os que lhes dessem ouvidos (Mt 24.24). Naturalmente, Paulo tinha bastante ciência das advertências de Jesus quanto aos últimos tempos”. Em sua carta a Timóteo, ele expressou sua preocupação com os falsos ensinadores, heréticos e astutos, na busca pelo domínio da mente dos que estavam na igreja em Éfeso. Era um a antevisão do que a Igreja está vivendo nos dias presentes. Dias que antecedem a volta de Cristo. Há obreiros que possuem uma capacidade oratória tão eloquente que conseguem atrair a atenção e a admiração dos que os ouvem. Quando eles se mantêm no centro da vontade de Deus, com humildade, e na conduta de servos do Senhor, são verdadeiras bênçãos para o ensino e a pregação. No entanto, com tal perfil, alguns têm se desviado dos padrões de santidade e devoção, e se tornam pregoeiros de ensinos heréticos, que causam grande prejuízo à igreja local, por serem homens que têm grande prestígio ministerial. No meio pentecostal, infelizmente, prevalece um a visão superficial das verdades bíblicas. A ortodoxia não é a marca das igrejas pentecostais, em sua grande maioria. As demonstrações de poder, de unção e de alegria alcançam um patamar tão elevado, e ao mesmo tempo sem fundamento, que os falsos ensinadores conseguem amplos espaços para espalharem suas heresias. Já é por demais conhecida a “tal” da teologia da prosperidade”, segundo a qual os crentes em Jesus não podem ser pobres, nem serem acometidos de enfermidades graves. Se passarem por essas agruras é porque “não têm fé”, ou “estão em pecado. Mais que isso, adotam a famosa “confissão positiva”, e passam a determinar’, “decretar” bênçãos e a “exigir”, reivindicar “seus direitos ! Ensinos com esse teor ou caráter são muito bem aceitos por grande parte de crentes, em muitas igrejas. M as quando tais ensinos são confrontados com a Palavra de Deus, em sua essência, conclui-se que são doutrinas de homens, ou até de demônios. A advertência de Paulo, no texto ora em estudo, é de um a atualidade impressionante. Com o verdadeiro profeta de Deus, além de exímio ensinador, ele captou muito bem a revelação do Espírito Santo acerca dos “últimos tempos” ou dos “tempos trabalhosos” (1Tm 3.1), a que nos referimos no capítulo anterior. D a leitura do texto em apreço, pode-se inferir que os ensinadores de “doutrinas de demônio” (4.1) não seriam pessoas estranhas, mas que surgiriam de dentro do seio da igreja local. Sua capacidade de convencimento haveria de ser tão eficiente, que, “se possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mt 24.24), com o Jesus previu e alertou.
no final de sua jornada na terra. E dependem da escolha de cada um. Seja qual for a escolha, as consequências serão inescapáveis. No mesmo discurso, Jesus advertiu aos que haveriam de escolher a “porta estreita” , a seus seguidores, os salvos, de que eles seriam perturbados por falsos profetas, que surgiriam em seu próprio meio, no seio da igreja (Mt 7.15). Reforçou suas metáforas com o ensino sobre a “árvore boa” que “produz bons frutos” e sobre a “árvore m á”, que “produz frutos maus” (Mt 7.17). C om o um verdadeiro Mestre, Jesus soube manejar bem a palavra da verdade, em relação aos acontecimentos futuros, que haveriam de ocorrer com profundas repercussões sobre a vida dos seus discípulos. Jesus sabia que sua Igreja sofreria os ataques dos falsos mestres, ou falsos profetas, que apareceriam, vindos de fora, ou mesmo, surgindo no seio da com unidade cristã. Por isso advertiu que os falsos cristos e os falsos profetas não seriam apenas ensinadores, teóricos ou filósofos, em suas elucubrações diletantes. Eles seriam capazes de realizar sinais e prodígios, para convencerem os que lhes dessem ouvidos (Mt 24.24). Naturalmente, Paulo tinha bastante ciência das advertências de Jesus quanto aos últimos tempos”. Em sua carta a Timóteo, ele expressou sua preocupação com os falsos ensinadores, heréticos e astutos, na busca pelo domínio da mente dos que estavam na igreja em Éfeso. Era um a antevisão do que a Igreja está vivendo nos dias presentes. Dias que antecedem a volta de Cristo. Há obreiros que possuem uma capacidade oratória tão eloquente que conseguem atrair a atenção e a admiração dos que os ouvem. Quando eles se mantêm no centro da vontade de Deus, com humildade, e na conduta de servos do Senhor, são verdadeiras bênçãos para o ensino e a pregação. No entanto, com tal perfil, alguns têm se desviado dos padrões de santidade e devoção, e se tornam pregoeiros de ensinos heréticos, que causam grande prejuízo à igreja local, por serem homens que têm grande prestígio ministerial. No meio pentecostal, infelizmente, prevalece um a visão superficial das verdades bíblicas. A ortodoxia não é a marca das igrejas pentecostais, em sua grande maioria. As demonstrações de poder, de unção e de alegria alcançam um patamar tão elevado, e ao mesmo tempo sem fundamento, que os falsos ensinadores conseguem amplos espaços para espalharem suas heresias. Já é por demais conhecida a “tal” da teologia da prosperidade”, segundo a qual os crentes em Jesus não podem ser pobres, nem serem acometidos de enfermidades graves. Se passarem por essas agruras é porque “não têm fé”, ou “estão em pecado. Mais que isso, adotam a famosa “confissão positiva”, e passam a determinar’, “decretar” bênçãos e a “exigir”, reivindicar “seus direitos ! Ensinos com esse teor ou caráter são muito bem aceitos por grande parte de crentes, em muitas igrejas. M as quando tais ensinos são confrontados com a Palavra de Deus, em sua essência, conclui-se que são doutrinas de homens, ou até de demônios. A advertência de Paulo, no texto ora em estudo, é de um a atualidade impressionante. Com o verdadeiro profeta de Deus, além de exímio ensinador, ele captou muito bem a revelação do Espírito Santo acerca dos “últimos tempos” ou dos “tempos trabalhosos” (1Tm 3.1), a que nos referimos no capítulo anterior. D a leitura do texto em apreço, pode-se inferir que os ensinadores de “doutrinas de demônio” (4.1) não seriam pessoas estranhas, mas que surgiriam de dentro do seio da igreja local. Sua capacidade de convencimento haveria de ser tão eficiente, que, “se possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mt 24.24), com o Jesus previu e alertou.
I - A APOSTASIA DOS HOMENS (4.1-5).
Paulo advertia
a Timóteo, para que o mesmo doutrinasse a igreja em Éfeso, acerca dos últimos
tempos, em que a apostasia se tornaria um a realidade no seio de igrejas
cristãs (1Tm 4.1). 1. Conceituação Apostasia (gr. apóstasis) significa
“desvio”, “afastamento”, “abandono”. Tem o sentido também de “revolta” ,
“rebelião”, no sentido religioso. Num a definição clara, apostasia quer dizer
“abandono da fé”. No original do Novo Testamento apostasia, do vem do verbo
aphistemi, com o sentido de “rejeitar um a posição anterior, aderindo a posição
diferente e contraditória à primeira fé, repelindo-a em favor de nova crença. Nos
últimos anos, esse comportamento tem sido mais observado do que em tempos
passados. É impressionante como líderes, outrora ortodoxos, hoje apregoam
ideias opostas àquele ensinamento que defendiam. 2. Doutrinas de Demônios (4.1)
Existem apostasias que são fruto da mente fértil de algum teólogo ou teórico,
que deseja aparecer, ensinando “novidades” com pretenso fundamento bíblico. Ou
da meninice de algum irmão ou irmã, que se julga mais espiritual que as outras
pessoas. Paulo referia-se à apostasia que tinha origem diabólica. Mais perigosa
do que se possa imaginar, pois é fruto da influência do Adversário da igreja,
que visa minar suas bases doutrinárias. Disse Paulo, em sua primeira carta a
Timóteo: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos,
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas
de demônios” (1Tm 4.1 - grifo nosso). CPAD. Bíblia de estudo pentecostal, p.1856. Russel Normam CHAM PLIN. O Novo Testamento interpretado - versículo por
versículo. Vol. 5, p. 318. 3. Espíritos Enganadores Certam ente, Paulo se
referia à influência espiritual dos espíritos maus, que iriam induzir falsos
mestres a se enganarem e a enganarem aos crentes (2Tm 3.13). Ele anteviu que
parte da igreja haveria de apostatar, quando disse que “alguns” abandonariam a
fé. Ele se referia à “apostasia pessoal”. O escritor aos hebreus também exortou
nesse sentido, contra o afastamento da verdade ou da sã doutrina e de Deus:
“Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para
se apartar do Deus vivo” (Hb 3.12). Essa preocupação foi recorrente, pois,
quando Paulo escreveu a segunda missiva a Timóteo, de forma que o mesmo
orientasse a igreja em Éfeso, voltou a exortar com cuidado acerca dos
apóstatas: “Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo
comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias
concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas” (2T m
4.3,4). A ação dos “espíritos enganadores” haveria de ser tão eficiente para
incautos que dessem lugar à apostasia que esses não sofreriam (não suportariam)
a “sã doutrina”, ou seja, o corpo doutrinário, pregado pelos apóstolos de
Cristo, e passado de geração a geração, com fundamento nos Evangelhos e nos
ensinos dos apóstolos de Jesus. Sua influência maléfica faria com que os
apóstatas tivessem “comichão nos ouvidos” ao escutarem a Palavra de Deus, em sua
simplicidade e ortodoxia. Os espíritos do desvio doutrinário apoderar-se-iam
dos “doutores”, ou falsos mestres (1Tm 1.7), que usavam sua influência
cultural, eclesiástica e posicionai nas igrejas para desviarem os servos de Deus
do foco e do alvo, que é servir a Deus até chegar à eternidade, como salvos em
Cristo Jesus. Na advertência de Paulo, ele afirma que tal comportamento se manifesta
“pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência”
(1Tm 4.2). N o m esmo trecho de sua carta, o apóstolo adverte quanto a ensinos
místicos que, além de proibirem o casamento, como instituição de origem divina,
oprimem as pessoas, “ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para
os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de
graças” (1Tm 4.3). Essa é uma das características dos movimentos heréticos.
Apregoam que determinados tipos de alimentos não devem ser ingeridos, muitas
vezes sem qualquer fundamento científico ou escriturístico. Em relação a
alimentos, no Antigo Testamento, havia um a série de “regras dietéticas” quanto
ao que os judeus podiam ou não podiam comer (cf. Lv 11). Mas o próprio Deus
ordenava que comessem carne, para repor as proteínas desgastadas no processo
biológico. No Novo Testamento, as restrições quanto a alimentos resumem-se no
que os líderes da igreja decidiram, no Primeiro Concilio, em Jerusalém. A pós o
parecer de Pedro, Tiago, o líder da igreja, concluiu, de forma eloquente: “Pelo
que julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se
convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos
ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue” (At 15.19,20 - grifo
nosso). E também exortou a que os cristãos não ingerissem alimentos que fossem
consagrados ou sacrificados aos ídolos (1 C o 10.27,28). E orientou que, m esmo
em se tratando de alimentos lícitos, os crentes em Jesus deveriam respeitar a
fé dos mais fracos espiritualmente, e absterem-se de comer (na frente deles)
coisas que os escandalizassem (cf. Rm 14.1-23). Os hereges, principalmente os
gnósticos ascetas, defendiam a abstinência de alimentos, mas voltavam-se para
“entidades”, “emanações e símbolos da idolatria. Os gnósticos depravados
procuravam destruir o corpo, por considerá-lo mau, indigno, com a prostituição
e práticas sexuais libertinas. Eram hipócritas e mentirosos. Paulo concluiu
que o cristão pode fazer uso de alimentos, desde que possam ser recebidos “com
ações de graça , visto que, pela palavra”, ou seja, desde que estejam de acordo
com a Palavra de Deus, “pela oração”, “tudo é santificado” (1Tm 4.4,5). Porém,
deve-se ter cuidado e sabedoria na interpretação desse texto. Não quer dizer
que, se alguém faz uso de bebida alcoólica, ou de carne sufocada, ou do sangue,
basta fazer um a oração e tudo é santificado. De forma alguma. Deus não aprova
aquilo que Ele condena. Ele não é “Deus de confusão (1 C o 14.33). Deus fez o
homem, no princípio, para ser vegetariano (G n 1.29). Mas, com a Queda, o
metabolismo humano sofreu tremenda mudança, passando a envelhecer, adoecer e
morrer. Para refazer as energias e os tecidos desgastados, tornou-se necessária
a ingestão de alimentos carregados de proteínas, dos quais a carne animal,
incluindo os peixes, são grandes fornecedores. Além disso, o próprio Deus
regulamentou, na Lei, sobre quais tipos de animais se podiam comer (Ver Lv 11).
II - A FIDELIDADE DOS MINISTROS (vv. 6-10)
1. “Bom Ministro de Jesus Cristo” Era
o que Paulo esperava de Timóteo, seu jovem discípulo, companheiro de tantas
lutas, em defesa do evangelho de Jesus Cristo. “Propondo estas coisas aos
irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da
boa doutrina que tens seguido” (1Tm 4.6). A carta de Paulo a Timóteo é pastoral
e pessoal, em princípio. Mas sua finalidade não era apenas edificar o jovem
obreiro. Ele acentua: “propondo estas coisas aos irmãos”, o que indica ser sua
carta assunto que deveria ser comunicado à igreja de Éfeso, aos “queridos irmãos”
(Fp 4.1) e, por extensão e aplicação, a todas as igrejas cristãs. Cumprindo
essa orientação, Timóteo haveria de ser um “bom ministro de Cristo” (diáconos
de Cristo), ou seja, um líder cristão à altura de sua elevada missão. Para
galgar essa posição, Timóteo teria que atender a dois requisitos
importantíssimos: ser “criado com as palavras da fé” e “da boa doutrina” que
ele próprio já seguia. No original, a metáfora que Paulo usa diz respeito a
“ser alimentado com”, nutrido com a sã doutrina, ou, no dizer de Pedro, com o
“leite racional, não falsificado” (1Pe 2.2). 2. Rejeitando as Fábulas Profanas
“Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas e exercita-te a ti mesmo em
piedade” (4.7). Essa advertência já houvera sido dada no primeiro capitulo da
epístola a Timóteo (1.4). C om o visto, as “fábulas profanas” seriam ensinamentos
fantasiosos, místicos, muito utilizados pelos gnósticos e judaizantes, para
impressionar os crentes. Seriam profanas, porque configurariam ensinos hum
anos, fundados em valores materiais, que se opunham aos sagrados ensinos,
emanados da Palavra de Deus, sob inspiração do Espírito Santo. A expressão “de
velhas” aludiam a “conversa de velhas, expressão sarcástica muitas vezes
empregada em polêmicas filosóficas, que compara a oposição de um oponente aos
fuxicos perpetrados por mulheres mais idosas daquelas culturas, quando se
assentavam em roda tecendo, ou fazendo outras tarefas”.3 Em nossa cultura,
certamente, equivaleria a conversas tagarelas de pessoas fofoqueiras. 3 Gordon
D. FEE. Novo comentário bíblico contemporâneo 1 & 2 Timóteo e Tito, 0
Exercício Físico e a Piedade “Porque o exercício corporal para pouco aproveita,
mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da
que há de vir” (1 T m 4.8). Nós som os formados de três partes, segundo a
Palavra de Deus: “espírito, e alma, e corpo” (1 Ts 5.23). Todas elas precisam
de exercício, de atividade, sob pena de sofrermos atrofia em todas ou em um a
delas. H á muitos irmãos, inclusive obreiros, que vivem de m odo sedentário,
desenvolvendo doenças circulatórias, cardíacas ou neurológicas. Isso não é
desejável. O corpo não pode ser desprezado em seus cuidados. Ele é templo do
Espírito Santo (1C o 6.19,20). Mas por que esse incentivo ao exercício físico
se Paulo diz que o exercício corporal para pouco aproveita”? Observemos que
Paulo não está dizendo que o “exercício físico” (gymnasia) “não serve para
nada’ . O que ele quer dizer, para um a com unidade que valorizava
excessivamente os exercícios e os esportes,5 é que tais práticas, ainda que
saudáveis, só serviam para esta vida. Paulo tinha um a mensagem para a igreja
de Éfeso, para que os crentes não se deixassem dominar pelo desejo exacerbado
de valorizar o corpo, em detrimento do lado espiritual. O apóstolo mostrou a
Timóteo que havia algo mais importante que o exercício físico. E ressaltou:
“mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da
que há de vir (4.8b). 4 Ele demonstrou que, enquanto o exercício físico só
serve para o corpo e para esta vida, a piedade (gr. eusebeia) é proveitosa, não
só para a vida presente”, mas para a “que há de vir . Se o corpo, como vimos,
precisa de exercícios para não envelhecer precocemente, ou atrofiar-se, em suas
funções vitais, a alma e o espírito também necessitam de “exercícios”
espirituais, ou seja, de piedade. Entendam os que piedade, ou “eusebeia”,
significa a vida de santidade do cristão; a vida devocional, que inclui as
orações, a leitura da Palavra de Deus, de m odo sistemático, a adoração a Deus,
de forma constante; a maneira de viver e conviver com as pessoas, zelando pelo
bom testemunho cristão, tudo isso é piedade. Podemos concluir que 4 Daí vem a
palavra “ginásio” (lugar de prática de exercício ou de esportes). 5 Éfeso:
Cidade greco-romana, a segunda maior do Império, depois de Roma. Tinha larga
tradição no mundo esportivo. Paulo resumiu a piedade quando escreveu aos
coríntios, dizendo: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes,
sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no
Senhor” (1 C o 15.58). Paulo termina essa parte da epístola, acentuando que
“esta palavra é fiel e digna de toda a aceitação” (1Tm 4.9). Ele se referia a
tudo o que já houvera escrito e repassado para Timóteo, como sendo “palavra
fiel e digna de toda aceitação”, que ninguém pusesse em dúvida a sinceridade de
sua admoestação, visto que não se tratava de afirmações gratuitas ou de opiniões
pessoais. Seu ensino era embasado na unção e direção do Espírito Santo, em
contraposição aos ensinos dos falsos mestres, que buscavam iludir os crentes
com suas falácias e vãs filosofias (Cl 2.8). E encerra dizendo o porquê de
tanta luta, tanto esforço, no combate às heresias e zelo pela vida dos crentes
de Éfeso, ou de todos os cristãos: “Porque para isto trabalhamos e lutam os,
pois esperamos no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens,
principalmente dos fiéis” (1 Tm 4.10).
III - A DILIGÊNCIA NO MINISTÉRIO (vv.
11-16; cf. 5.4-16).
1. 0 Ensino Prescritivo “M anda estas coisas e ensina-as” (1Tm
4.11). Era um a determinação de Paulo a Timóteo, para que ele não fraquejasse
na ministração da doutrina à igreja em Efeso, visto que as heresias
estavam-se espalhando com certa facilidade, por meio dos “homens que falam
mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência” (1Tm 4.2). Os verbos “mandar” e “ensinar” (gr. didasko) estão no modo imperativo, denotando o caráter
da exortação de Paulo, de modo contínuo e persistente. As “coisas” que foram
ensinadas pelo apóstolo deveriam ser ministradas aos crentes de forma incisiva,
sem condescendência com os falsos mestres e os falsos ensinos, que tinham
origem nos “espíritos enganadores” e nas “doutrinas de demônios”. Nos tempos
presentes, o ensino tem sido negligenciado por muitos líderes de igrejas. Há
uma supervalorização do louvor, do cântico, dos hinos, dos instrumentos
musicais, em detrimento da pregação e do ensino da Palavra de Deus. Não é por
acaso, que há uma geração fraca, “anêmica” e “raquítica” em relação aos
conhecimentos e à prática da Palavra de Deus. Há muito falatório, muito
barulho, muito grito e dramatização, e pouco ensino fundamentado da doutrina
sagrada (didakê). Já predomina uma cultura, no meio de igrejas evangélicas, de
que “um culto maravilhoso” é aquele em que se apresenta “um cantor de fora”, ou
um “pregador famoso, convidado para os eventos”. Ou um culto, em que haja
manifestações gratuitas de emocionalismo infantil, com o famoso “re-té-té”, ou
exibicionismo carnal, disfarçado de espiritualidade. Por isso, Paulo não diminuiu
a ênfase no ensino. Pelo contrário: disse “m anda” e “ensina” as coisas que
foram determinadas em sua carta. Se Paulo ressuscitasse hoje, por permissão de
Deus, ou se transfigurasse, com o Moisés e Elias, no Monte da Transfiguração,
ficaria estupefato, percebendo que o “evangelho politicamente correto”
prevalece em muitas igrejas. C om receio de ver a evasão de crentes, há
obreiros que nem “m andam ” nem “ensinam ” o que a Palavra de Deus prescreve de
forma clara e imperativa. A doutrina da santidade, por exemplo, tem sido por
demais relegada a segundo plano nas ministrações de muitos pastores. A Bíblia é
incisiva quanto a esse ensino. Não há o que interpretar o que está claro e
evidente, no contexto da doutrina: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede
vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1Pe 1.15); “segui a paz
com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
Santidade e santificação constituem-se doutrina prescritiva do evangelho de
Cristo. São fundamentais, e baseiam-se em princípios inegociáveis no âmbito da
doutrina cristã. Em muitas igrejas, não se fala em santidade. M as fala-se em
prosperidade material de m odo exaustivo, manipulativo e insistente, visando
extrair do povo o máximo de dinheiro para os projetos da denominação. Em troca
disso, o ensino promete bênçãos sem limites no campo material. É a tal da Confissão
Positiva. E dão inclusive a “fórmula da fé”, conforme Kenneth Haggin. Para
fazer a “confissão positiva”, o cristão dever usar as expressões: “exijo”,
“decreto”, “declaro”, “determino”, “reivindico”, em lugar de dizer: peço, rogo,
suplico. Segundo os adeptos dessa teologia modernista, o cristão jamais pode
dizer: “se for da tua vontade” , segundo Benny Hinn, pois isso destrói a fé. Mas
Jesus orou ao Pai, dizendo: “Se é da tua vontade... faça-se a tua vontade...”
(Mt 26.39,42). 0 Exemplo dos Fiéis “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o
exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na
pureza” (1 Tm 4.12). Timóteo era um jovem obreiro, com cerca de 30 a 35 anos, e
fora enviado para doutrinar um a igreja, onde já havia anciãos ou presbíteros
com mais idade.6 O texto bíblico dá a entender que ele era um pouco tímido, com
o se depreende de 1 Coríntios 6.10,11, em que Paulo pede aos irmãos que recebam
Timóteo de forma que o mesmo esteja “sem temor”, sem nenhum desprezo. A
exortação de Paulo deveria chegar aos ouvidos dos crentes de Éfeso. Por meio da
carta a Timóteo, o apóstolo diz que “ninguém” deveria desprezar (“zombar”, “tratar
com desprezo”, “subestimar”) o jovem obreiro. Certam ente, foi um a dura
recomendação ao jovem obreiro. Em lugar de ser exortado a seguir o exemplo dos
anciãos, Paulo diz que Timóteo deveria ser “exemplo dos fiéis”. O texto discrimina
seis aspectos em que Timóteo deveria ser exemplar:
1) ‘‘Na palavra"
A
princípio, o texto poderia dar a entender que Paulo desejava que Timóteo fosse
um exemplo de exímio pregador ou ensinador da Palavra. Mas o contexto indica
que ele, com o mestre de Timóteo, exortava- -o a que fosse um exemplo dos fiéis
na “maneira de falar”, de se expressar, no relacionamento com os demais irmãos.
Um obreiro, líder ou não, deve saber expressar-se, jamais usando linguagem
vulgar ou chula. Esse entendimento tem respaldo no que o apóstolo escreveu aos
efésios: “Não saia da vossa boca nenhum a palavra torpe, mas só a que for boa
para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem” (E f 4.29). No
mesmo texto, aos efésios, ele diz: “Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria,
e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de entre vós” (E f 4.31). De fato, um
ministro do evangelho não pode ter linguagem inadequada, debochada, “sem
classe” , sem pudor ou demagógica. Devemos lembrar que o adjetivo “torpe” a que
Paulo recomenda evitar significa “podre” (gr. sapros). Assim, piadas e palavras
inconvenientes não devem fazer parte do vocabulário de um obreiro cristão.
2) “No trato”
A expressão
refere-se ao comportamento cristão. Não só Timóteo, mas todo jovem ou cristão
de qualquer idade deve ser “exemplo dos fiéis” no relacionamento hum ano e
espiritual. E não vemos outra maior fórmula, ou mesmo fórmula para o bom
relacionamento cristão, do que as virtudes ou aspectos do “fruto do Espírito”,
de que falou Paulo em Gálatas 5.22,23. O relacionamento cristão (o trato) deve
expressar a ética cristã. Jesus disse: “Portanto, tudo o que vós quereis que os
homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas (Mt
7.12). Os carnais andam segundo a natureza carnal, herdada de Adão: “Porquanto
a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de
Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem
agradar a Deus” (Rm 8.7,8). Texto mais que didático e compreensível. O trato do
crente carnal não pode ser referência para quem quer servir a Deus. Já o crente
espiritual demonstra um “trato” ou comportamento espiritual. Ele é cheio do
Espírito Santo” (At 2.4; 4.31; 13.52). “Portanto, agora, nenhum a condenação há
para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o
espírito” (Rm 8.1). O s espirituais vivem segundo o Espírito Santo, porque
estão em Cristo Jesus” e “não andam segundo a carne”.
3) “Na caridade”
Ser
exemplo no amor não é fácil. M as é a característica mais importante do cristão
que quer ser discípulo de Jesus. No Evangelho segundo João, Jesus disse: “Um
novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós,
que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus
discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.34,35 - grifo nosso). Este
versículo demonstra quão grande é o valor da “caridade” ou do “amor cristão.
Esse amor, no texto original, é ágape. Não é um amor simplesmente hum ano, com
o filantropia, assistência aos necessitados. Essa caridade, que é “o amor em
ação”, é o centro da verdade cristã. Deus enviou Jesus para nos salvar; não foi
por sua justiça, mas por seu amor indescritível 0 o 3.16). Desse m odo, o
crente fiel, em Éfeso ou em qualquer lugar onde se congregar, deve ser exemplo
no amor. Respondendo a um doutor da Lei, Jesus disse que o primeiro e o maior
dos mandamentos é amar a Deus de todo o coração, de todo o entendimento e alma.
E o segundo, semelhante a esse, é amar ao próximo como a si mesmo (Mt
22.34-40). Por essa razão, o cristão deve ser o exemplo dos fiéis no amor, para
que seja conhecido como discípulo de Jesus (Jo 13.35).
4) “No espírito”
Um
ministro do evangelho deve ser “exemplo dos fiéis” , no lado espiritual. E de
fundamental importância que o obreiro-líder reserve em sua agenda os momentos
especiais, diários, sistemáticos, para o cultivo de sua vida devocional,
através da qual ele estreita sua com unhão com Deus. O obreiro precisa orar
todos os dias; começar o dia de trabalho sem orar é correr o risco de enfrentar
situações difíceis sem encontrar a solução para os problemas que surgem na
administração da igreja; o exercício diário da oração é um reforço maravilhoso
para a dinamização da igreja local. Sem oração, é impossível o obreiro ser
exemplo “no espírito”. Ela é a chave que abre as portas do sobrenatural, quando
o líder da igreja local se coloca de joelhos, buscando a unção do Espírito
Santo. Sem oração, o obreiro pode sutilmente se tornar carnal, enveredando por
caminhos de iniquidade. Quantos pastores têm caído por falta de oração e
vigilância (Mt 26.41). A Bíblia tem exemplos diversos de homens de Deus que
oravam sistematicamente. Alguns caíram porque negligenciaram a oração. Davi
orava três vezes ao dia (SI 55.17); quando deixou de orar, de cuidar de sua
vida espiritual, fracassou terrivelmente; Daniel orava três vezes ao dia (Dn
6.10); Jesus orava diariamente (Mt 26.44 a ); o salmista também tinha o costume
de começar o dia, orando e vigiando.
5) “Na fé”
O que Paulo ensinava a Timóteo
deveria ser ministrado para os demais obreiros e para a igreja local, a com
unidade cristã. U m ministro do evangelho, para ser diligente, precisa
exercitar-se na fé. A fé assume vários sentidos na Bíblia. Pode ser a fé para
receber milagres (Mc 9.23); a fé para a salvação pessoal (Mt 9.22; M c 10.52;
Lc 7.50); e em outros Apostasia , Fidelidade e diligência no Ministério | 65
aspectos. Mas, no texto em apreço, Paulo exortava a Timóteo e por extensão aos
ministros do evangelho, que todos precisam ser exemplo na fé, no sentido da
confiança firme em Deus, ou seja, no cultivo da virtude da fé (1 C o 13.13), e
de um a vida por fé, sem a qual “é impossível” agradar a Deus (Hb 11.6). 6) “Na
pureza’’ Ser exemplo na pureza (gr. agneia) é ser puro, “casto” , tanto em termos
de ações, atitudes e práticas no seu viver contínuo. Essa pureza deve ser nos
pensamentos e nas obras; nos sentimentos e nas práticas cotidianas. Timóteo era
ainda um jovem ministro, segundo estudiosos, com cerca de 30 anos; hoje, seria
um “solteirão” , esperando pacientem ente “no Senhor” (SI 40) pela bênção de
ter uma esposa para ser sua companheira no ministério. Mas até que essa bênção
se concretizasse, ele haveria de passar por muitas tentações, especialmente na
área sexual. Sem qualquer dúvida, se, no tempo de Timóteo, a exortação de Paulo
era oportuna e necessária, que dizer de tal cuidado por parte dos obreiros,
jovens ou de m ais idade, nos dias presentes? Nunca houve tanta facilidade para
o pecado, para a lascívia, para a concupiscência carnal com o nos dias em que
vivemos. Seja qual for o ministro, se não vigiar nessa parte, precavendo-se das
tentações da carne, seja solteiro, seja casado, a probabilidade de queda é muito
grande. C om os meios tecnológicos à disposição das pessoas, via internet,
telefones, “tablets”, o acesso a relacionamentos ilícitos é muito fácil. A
vigilância e a oração têm que ser redobradas. Para ser exemplo na “pureza” , o
ministro precisa cultivar a vida de santidade. Sem esta, ninguém chegará ao céu
(cf. H b 12.14). Se entendem os que santidade quer dizer separação do que é
sagrado daquilo que é profano, precisamos, com o obreiros do Senhor, zelar por
tudo que ocorre no âmbito da igreja local, seja na pregação, no púlpito; seja
na adoração, na liturgia, no louvor, nos usos e costumes, na vida moral e
social da parcela do rebanho de Deus que nos foi confiada. O s obreiros devem
ser exemplo dos fiéis. A disciplina pessoal se faz necessária para que evidenciemos
pureza em todas as áreas da vida, mediante a necessária santificação (1 Pe
1.15; H b 12.14). 3. O Ministro e o Cuidado com o Ministério e consigo Mesmo 1)
0 cultivo da leitura “Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá” (1 Tm
4.13). Um ministro do evangelho não pode ser um despreparado para o ministério.
E seu preparo tem que passar pelo costume diuturno de ler, em primeiro lugar, a
Palavra de Deus. Estudo recente, por entidade de pesquisa ministerial, dá conta
de que 57% dos pastores nunca leram a Bíblia toda. E algo preocupante. Se não
ler, com o pode estimular os crentes a lerem a Palavra de Deus? E por causa
dessa negligência na leitura bíblica que o ensino que parte de muitos púlpitos é
fraco, superficial e inconsequente. Para compensar, muitos pastores recorrem ao
“espetáculo” de emocionalismos, gritos e até de “palhaços”, ou recorrem-se às
danças, ao balé, em que o púlpito se torna um picadeiro, e a igreja um “circo”
de profanação do bom nome da igreja de Cristo. Por isso, é tão importante a
exortação a Timóteo para que se aplicasse à leitura, que pode ser tanto da
Bíblia com o de boas fontes de estudo bíblico, para que pudesse exortar e
ensinar à igreja. 2) A valorização do dom do ministério “Não desprezes o dom
que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do
presbitério. Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento
seja manifesto a todos” (1Tm 4.14,15). Paulo queria que seu discípulo não negligenciasse
seu ministério, que lhe foi confiado por Deus, por meio do ministério, com o
ato de caráter espiritual de imposição de mãos. Deus valoriza os gestos e os
atos, quando feitos por fé e não por mera formalidade ritualística. O “dom”
concedido a Timóteo teve o respaldo da “profecia”, ou de revelação espiritual
da parte de Deus. Esse “dom” certamente eram as habilidades que Timóteo
recebera para exercer seu ministério. E deveria valorizar, ocupando-se na obra
do Senhor com diligência e zelo. Deus não se agrada de quem faz “a obra do
Senhor fraudulentamente” ou “relaxadamente” (Jr 48.10). Apostasia , Fidelidade
e diligência no Ministério 3) 0 cuidado
de si mesmo e dos outros “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera
nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti m esmo como aos
que te ouvem” (1 Tm 4.16). A preocupação com a vida pessoal envolve aspectos
relevantes. O obreiro precisa ter cuidado com a sua integridade moral e
espiritual: deve ser íntegro. Essa palavra quer dizer: inteiro, completo;
perfeito, exato; reto, imparcial, inatacável (Dicionário Aurélio). Integro é o
líder que faz o que diz e diz o que faz; é o que dá testemunho dentro e fora de
casa; dentro e fora da igreja; na presença ou na ausência dos liderados (cf. M
t 5.37; Tg 2.12). N esse cuidado consigo mesmo, o obreiro precisa ter cuidado
com sua saúde. O apóstolo João, escrevendo a seu amigo Gaio, desejou-lhe saúde
(3Jo 2). N o que cabe a si, o líder deve obedecer aos princípios bíblicos e
científicos no cuidado com a saúde: oração, boa alimentação, repouso, exercício,
atitude mental correta, evitar o estresse, a tensão emocional. Pesquisas
mostram que os pastores são submetidos a tensões fora do com um , e são acometidos
de doenças cardiovasculares, nervosas ou psicossomáticas. O zelo por si mesmo,
pela sua m ente e pelo seu corpo contribui para que o obreiro tenha melhores
condições emocionais e físicas no desenvolvimento de sua missão. Além do
cuidado consigo mesmo, Paulo exorta Timóteo a que tenha cuidado no trato com
algumas pessoas que merecem atenção especial no seio da congregação. C om
relação aos anciãos, ou idosos, da “terceira idade”, Paulo diz que não devem
ser repreendidos asperamente quando falharem, mas admoestados “como a pais” (1Tm
5.1); quanto aos jovens, é interessante sua recomendação: “aos jovens, com o a
irmãos” (1Tm 5.1). Paulo tinha grande sensibilidade para com as mulheres. Ele
não desprezava sua cooperação à obra do Senhor no ministério eclesiástico. A os
Romanos, ele indicou o nome de várias mulheres que foram valiosas cooperadoras
ao seu lado (Rm 16.1-15). N a carta a Timóteo, ele ensinou com o tratar as
mulheres na igreja: “Às mulheres idosas, com o a mães, às moças, como a irmãs,
em toda a pureza. Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas” (5.2,3).
Note-se a preocupação em enfatizar o cuidado com as viúvas, mas ressaltando “as
que verdadeiramente são viúvas”. Ao que parece, essa preocupação devia-se ao
fato de haver algumas mulheres oportunistas, que queriam viver de m odo
leviano, às custas da igreja (Ler 1T m 5.3-13).
CONCLUSÃO
A apostasia dos últimos tempos
revela-se de m odo acentuado no meio evangélico. Pregadores e ensinadores de
doutrinas esdrúxulas têm bastante espaço no ambiente de muitas igrejas. O
remédio para evitar esse tipo de problema é o ensino sistemático e na unção de
Deus para todos os obreiros e igreja em geral. N osso referencial teológico e
de fé é a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus. O ministério pode ser bem-
-sucedido ou um fracasso. Será um a bênção se o seu líder, ao lado de
auxiliares fiéis, e respaldo da igreja local, procurarem viver de acordo com a
sã doutrina, que é o ensino fundamentado e consolidado, com base na Palavra de
Deus. Que o Senhor guarde os ministros, os ministérios e as igrejas dos ataques
do Maligno nesses últimos tempos, que antecedem a vinda de Jesus.
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